Opinião: adesão pessoal ao que se crê bom ou verdadeiro. = Convicção, crença. Essa é a definição segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
Estranho ver cicatrizes de uma ditadura na cultura de uma sociedade. No Brasil, por exemplo, sabe-se que a ditadura militar ocorreu no final do século passado. No entanto, marcas como fim da opressão e censura e total liberdade de expressão ainda não são por completo uma realidade social.
Vê-se ainda, um povo agarrado ao medo no que diz respeito à exposição e debates de assuntos; pessoas sendo julgadas, verbalmente, por suas opiniões ou pessoas sem dizê-las por medo da exclusão que a opressão e a censura atual podem causar; profissionais sem liberdade para expor o que pensam em seus meios de trabalhos. É claro que as dimensões são diferentes, uma ditadura poderosa com armas de fogo e força bruta é diferente da atual, onde as pessoas são só julgadas verbalmente pelo que pensam - às vezes sem nem ser pela sua frente, e indivíduos que ocultam suas opiniões para permanecerem em trabalhos. As trocas são, portanto, por vida social e dinheiro, em sua maioria.
E até onde o dinheiro pode comprar um homem? Há longos tempos a mão de obra tornou-se mesmo ferramenta de troca – com o que aprendemos e fazemos de melhor, trocamos notas por forças, braçal ou mental. E isso desde o início do capitalismo. Mas será que essas notas, símbolo do dinheiro, seriam capazes de comprar particularidades?
À venda, em estoques, estão os valores e os princípios. E até que ponto ficarmos calados nos tornam mais felizes? E divulgar vertentes que não são realmente as que acreditamos? Quando realizar tarefas desagradáveis e não prazerosas se tornou a melhor maneira de levar a vida?
Seria mesmo dessa riqueza material que precisamos?
Bianca Garcia
Eu aprendi que ficar calado não me deixava mais feliz. Mas aprendi também a selecionar para quem eu dirijo minhas opiniões, embora não as guarde mais. Precisei criar até um blog "extra" para minhas indagações e argumentações mais polêmicas.
ResponderExcluirSim, ainda é muito difícil falar abertamente sobre diversos assuntos, e a censura está oculta em cada esquina... Infelizmente.
Belo texto, excelente reflexão.
Eu tenho orgulho por dizer que não me calo em situação alguma e que algo que não está à venda é aquilo em que eu acredito. Não está à venda nem mesmo por um grande amor (como o que eu tenho). Reajo imediatamente a cada golpe, a cada frustração e, principalmente a cada injustiça. E se todos pudessem ser francos assim com a vida, haveria mais confiança entre as pessoas. E ser popular não seria sinal de honra. Mas ser honrado seria motivo para ser popular. Beijos!
ResponderExcluirFalar o que pensa as vzs sai caro e por longos anos vidas foram perdidas por conta das diferentes opiniões...
ResponderExcluirEntão, o que seria a Democracia?
Excelente texto!!
beijos
Democracia é uma palavra que eles acharam bonita para mascarar o que de fato ainda não existe.
ResponderExcluirOlá, Bianca, como vai?
ResponderExcluirA respeito de tuas ponderações sobre liberdade de expressão, te pergunto: Você, futura jornalista, será livre para escrever e publicar o que pensa???
Antes de responder, te peço que dê uma olhada no link abaixo. Trata-se de um interessante artigo intitulado "Políticas públicas e o controle da mídia no Brasil", escrito pelo professor Paulo Fernando Liedtke.
Um abraço e uma ótima leitura (caso, claro, decidas lê-lo)!!!
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/13681/12540
Responderei ao seu levantamento, Novos Maias, com um trecho (item 2, página 5) do artigo que me sugeriu à leitura.
ResponderExcluir"Segundo Gomes, o desdobramento das políticas nacionais de comunicação propostas pela UNESCO surgiram articuladas com a nova ordem mundial da comunicação e da informação, tornando-se viabilizadoras iniciais desses projetos, principalmente no que se refere ao fluxo internacional das notícias. Predominava uma velha ordem de dominação e opressão, que caracterizava as políticas de comunicação nos países em desenvolvimento. O autor aponta três características fundamentais desta velha ordem: ela é concebida a partir de uma organização oligopolítica; ela está dominada por pequeno número de meios que observam, avaliam, selecionam e transmitem a notícia em função de interesses políticos e econômicos dos seus países de origem e dos seus próprios interesses comerciais; e finalmente, nestas políticas de comunicação a pressão informativa arrasa a capacidade de reação ante a mensagem, progressivamente transformando a capacidade reativa do receptor, tornando-o passivo e sem juízo crítico." (Gomes, 1997: p. 115)
Com isso, quero te dizer que escrever e publicar o que realmente penso será difícil em um meio onde apenas dez famílias controlam a radiodifusão no país. Mas posso, contudo, tentar caminhar com meus próprios pés, um caminho mais longo e difícil; porém, com a recompensa da dignidade, do caráter e do prazer em fazer o que gosto.
Muito bom o artigo. Obrigada!