As cenas já se repetiram na tevê quanto à péssima qualidade do transporte coletivo, principalmente para a baixada fluminense e para a zona oeste da cidade do Rio – mas, claro, a zona oeste não inclui a Barra da Tijuca, aliás, se pudessem trocá-la de zona... É, infelizmente o jornalismo perdeu seu maior sentido: denunciar as mazelas sociais através da informação.
Nunca acreditei no disparate de que a violência adiantaria alguma coisa. Mas entendo a raiva, que sente uma massa, para se juntar e quebrar um trem, atear fogo e coisas do gênero as quais já tomamos conhecimento. Podem pensar, vocês leitores, que estou defendendo a atitude, no entanto, não defendo. Mas entendo. Imagine todos os dias as mesmas coisas? No caso do trem, superlotação, portas que não funcionam, calor, paradas repentinas ao léu. Já o ônibus, superlotação, calor - ou no caso de ônibus com ar, defeitos, brigas. Ah! Nessa opção não se pode esquecer, é claro, que tudo isso depende de uma coisa: o motorista parar quando você faz sinal. Sim, ainda tem como você não conseguir pegar seu ônibus porque ele não para pra você.
Com tantas coisas para falar essa semana, escolhi a deficiência no transporte carioca. Mas em um espaço ínfimo ao que ela deveria ter, parabenizo a professora Amanda Gurgel, que em um desabafo claro e sucinto manifestou a indignação da classe dos professores. A dizer, tinha também o caso de cerca de 50 carros modelo Jetta comprados para os nossos digníssimos vereadores. E, ainda, a transformação do MEC em uma piada com sua ‘mais nova declaração’. Contudo, o espaço dado à professora foi preenchido com muita competência. Coisas que os políticos não fazem ao falar de transporte coletivo. E junto deles pessoas que não vivem essa realidade. A zona sul, por exemplo, é interligada e ônibus é o que não falta nessa parte da cidade, inclusive nas mais variadas horas.
Até quando vamos fechar os olhos para o problema? Ou deixá-los que fechem os olhos para nós?
"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros." Ernesto Guevara
Uma carioca apaixonada pela cidade, Bianca Garcia