quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Infância perdida? Ou apenas mudada?

Bolinha de gude, peão, taco (ou bete – essa brincadeira muda de nome conforme as regiões), pique esconde e os infinitos piques da vida, polícia e ladrão. Será que essas brincadeiras ainda fazem parte da infância atual? O que percebo hoje é que essas não são mais presentes na vida de grande parte das crianças. Ou se tornaram fora de “moda” e pouco divertidas ou as crianças têm amadurecido muito rapidamente devido outras possíveis atrações como salões de beleza e tecnologias.
Maquiagem, escovas, pranchas, unhas pintadas e até produtos químicos tornaram-se parte do cotidiano das meninas. E essas preocupações que, geralmente surgem na adolescência, estão ocupando o lugar de uma infância menos cobrada pela ditadura da beleza. Escolhas de roupas e combinações também são fortes aliados. Assim, facilmente, percebemos a vaidade feminina. Já no universo dos meninos o vídeo game é o passatempo do momento. Passam horas vidrados nos jogos – alguns deles com muita ação, lutas, brigas e tiros a todo instante. Muitos nem por futebol e pipa se interessam mais, outros conciliam ambas as atividades. Mas essa vaidade que vemos nas meninas também é vista neles através das roupas e dos cabelos. São roupas da moda com combinações e acessórios e os cabelos com penteados – com utilização também de produtos químicos algumas vezes.
A internet é outra fonte de diversão da criançada. O twitter, o MSN e o Orkut foram invadidos por elas. Mas essa exposição nem sempre é boa, ainda mais quando se trata de crianças. Essas que são frequentemente vítimas de pedófilos. Porém, não se sabe se eles são psicopatas por possuírem distúrbios mentais ao se interessar por crianças, quando esse é o caso ou por serem estimulados de alguma forma. Afinal, as crianças têm se vestido como adultas e suas maquiagens um pouco forte para suas idades a transformam em mini-mulheres.
                Contudo, na minha época os aniversários eram marcados por comemorações festivas e não por horas em salão de beleza com amigas; as brincadeiras eram saudáveis, pois não tínhamos como objetivo matar amigos ou inimigos em jogos (no entanto, vale ressaltar que não eram todos que se interessavam por brincadeiras de rua e prefeririam, portanto, jogos de tabuleiros ou, no caso das meninas, bonecas); por fim, as atividades eram grupais porque brincar sozinho era considerado chato demais.

Bianca Garcia

4 comentários:

  1. O ser humano está ficando cada vez mais introvertido e individualista. A cultura do "eu" é cada vez mais presente, e é ensinada cada vez mais cedo. A "adultização" das crianças também é um fenômeno crescente, embora parte dela faça parte do "rumo natural" das coisas, da evolução do ser humano.
    Mas, realmente, hábitos saudáveis de infâncias passadas hoje mal são conhecidos. E quem perde com isso são as próprias crianças, que, quando olharem para trás, vão lamentar quanto tempo perderam tentando ser adultas.

    ResponderExcluir
  2. Boa parte desse fenômeno, vamos assim chamá-lo, Sandro, é culpa dos pais. Que por algum motivo como o excesso de trabalho e, por consequência, a falta de tempo, não sabem como e com o quê os filhos brincam. E, ainda pelo mesmo motivo, preferem que os filhos fiquem dentro de casa ao brincar na rua sem sua presença, obviamente.
    E certamente são os futuros adultos que se lamentarão por não terem sido crianças.

    ResponderExcluir
  3. ótimo tema!
    como sempre se expressando muito bem...

    Beijoos...

    ResponderExcluir
  4. É difícil criar um filho hoje.
    As ofertas são muitas, até das coisas que não prestam.
    Lamentavelmente, essa papo de brincar na rua já não é o mesmo. A rua não é mais a mesma dos anos 80.
    Tudo mudou, inclusive as crianças também mudaram. Precisamos é nos adaptar sem perder a doçura, a candura, a sensibilidade.

    ResponderExcluir