quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O cinza que enevoa o centro do Rio


As máquinas são sinal de muito trabalho. Os tratores, que geralmente carregam areias e pedras, agora, carregam entulhos, entulhos que preenchem caçambas. São muitos caminhões estacionados pelas quadras mais próximas e as faixas amarelas delimitam seu espaço, um espaço entre os curiosos e o trabalho.

Os três prédios que desabaram nesta rua comercial e bastante movimentada no centro da cidade, agora, são apenas cinzas lembranças e mais alguns números. Que ponha fim na contagem e fim a esta cor, que ao meu ver nunca traz coisa boa.

Eram tijolos, concretos, tintas e objetos. Mas, agora são apenas pedaços. Não dá pra saber o que era do escritório, do banco, da gente ou da banca.  E a fumaça, que paira sobre os ares, deixa a região mórbida, e triste para qualquer carioca que passa. A noite da última quarta-feira deu aos seguintes dias uma soturna sensação.

Bianca Garcia

3 comentários:

  1. Belo (!?) retrato em texto. Sente-se o clima do local por suas palavras. Triste pelo acontecido, e pelas vidas perdidas, principalmente por ver que há culpados, homens culpados, e não apenas o acaso ou uma fatalidade.

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  2. É, muito triste, Sandro. Penso, às vezes, o que não seria deste desabamento no horário comercial. Mas, infelizmente, essa é apenas mais um consequência da imprudência dos órgãos de um governo corrupto do nosso estado.

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