sexta-feira, 29 de julho de 2011

UPP: Unidade para Político se Promover

O que, obviamente, tem um misto de política e comunicação midiática.

             Ah, o apoio da mídia não é nenhuma novidade quando se trata de política – não é nenhum esforço pra ela e temos de reconhecer. Aliás, não é nenhum esforço bem como é de sua vontade, pois ninguém é obrigado a nada, a menos ao que queira – se é que lhe fiz entender-me. A mídia formal apresenta os aniversários, que ontem, incluisve, foi a vez da UPP do Andaraí. Mas a cada instalação, a cada novidade e a cada um ano completo, a máscara de positividade no morro é produzida pela mídia formal. Até quando vamos acreditar no que ela diz? Ou vocês acreditam mesmo que os moradores têm adorado o trabalho da polícia e que o morro vive em paz desde a chegada dela? Tá, mas vocês podem argumentar: mas as pessoas vão até a televisão para falar. Não, a “televisão” vai até essas pessoas porque a pauta do dia tinha como objetivo favorecer o prefeito, o governador, o estado e, para isso, as mentiras de melhorias na saúde e na segurança, efeitos positivos na vida da população e as obras (paradas, inacabadas e intermináveis – mas não são essas que aparecem) no estado é matéria comprada. Sim, com vergonha do meu país nesse momento, digo-lhes que isso existe!
Mas, enfim, a situação chega ao extremo quando as Unidades de Polícias Pacificadoras não são um projeto para o todo do estado. Disse o Beltrame, um dia, que pretende pacificar todas as favelas, porém, ainda não tem o contigente policial para assegurar todas. Tudo bem, a gente espera usufruindo das consequências, que já podem ser percebidas. Os assaltos na zona oeste (bem como em outras partes do Rio) cresceram, e a explicação seria que nos últimos dias nasceram centenas de assaltantes? Não dúvido nada de uma entrevista com nossos representantes afirmando esse infortúnio. Mas pensando bem eles podem imaginar que a violência está se transferindo de uma região para outra, de um bairro para outro (tá, eu sei que eles não afirmariam isso).
O fato é que de nada adianta ter UPP se o objetivo oficial não for acabar com o tráfico e reduzir a criminalidade – o que na realidade, não começaria com as UPP`s, elas seriam apenas o final do processo, ou, talvez, nem precisariam existir. Contudo, segurança pública não se restringe ao aumento de contigente policial nas ruas, aliás esse aumento significa um problema. Segurança pública não se resume à polícia, este é um termo muito mais abrangente cujo ponto crucial é a educação. Mas que no Brasil... 
                E terminando por falar nesse lindo gigante, é uma lástima que tenha tanto problema: temos uma educação que não funciona, uma saúde que não funciona, um transporte que não funciona. Temos uma política que não funciona!

Bianca Garcia

sábado, 2 de julho de 2011

Espelho

Embora eu acredite que sempre haverá alguém a nos observar, eu não preciso que alguém esteja me olhando para ser sincera. Eu não preciso que alguém esteja me olhando para ajudar um desconhecido, nem mesmo para me levantar de um banco quando julgar necessário que outro sente. Eu não preciso de olhos a me seguir quando pratico a bondade. Nem mesmo para ser fiel. Eu não preciso que olhos me acompanhem para obedecer às regras impostas à mim por mim mesma. Nem para àquelas, impostas pela sociedade num todo, que a gente tenta negar a existência. Eu não preciso que me vejam para que eu possa ser educada. Num bom dia, boa tarde ou boa noite ao desconhecido, eu não preciso que ele me veja – é, muitas vezes não me vêem e o meu desejo volta pra mim como num eco. Eu não preciso que alguém esteja me olhando para ser gentil. Eu não preciso que alguém esteja me olhando para que eu me vista bem. Eu não preciso de olhos a me seguir para que eu cumpra com minhas responsabilidades. Nem para que eu seja responsável. Eu não preciso que olhos me acompanhem para que eu respeite alguém – independente da idade e do grau de conhecimento. Nem mesmo para que eu demonstre meus sentimentos. Eu não preciso que alguém esteja me olhando para que eu seja justa. Nem mesmo para que eu realize uma ação. Eu não preciso de olhos a me seguir para que eu cultive uma amizade, ou várias. Nem mesmo para mudar. Eu não preciso que olhos me acompanhem para que eu me dedique à algo ou à alguém. Ou mesmo para que eu seja leal. Eu não preciso que alguém esteja me olhando... Eu só preciso dos meus olhos em mim mesma.

Bianca Garcia

domingo, 26 de junho de 2011

Da benevolência humana

Diante de tudo, existem aqueles que lutam pro mundo e os que lutam em seu mundo. E não importa em qual mundo se luta. O importante é não sossegar quando a paz inexiste no homem.


Religião e ciência tentam explicar as raízes da vida. Mas as dúvidas são constantes e inevitáveis. E o motivo pelo fim nunca é entendido. Crescemos sabendo que temos “data de validade”, mas não entendemos quando essa data é expirada para alguém próximo da gente, ou para nós mesmos. Contudo, todos os espantos vistos por aqui não nos deixa querer ir embora. Mas, como se não bastassem as enfermidades ou mesmo o próprio fim da vida, ainda existem os covardes que exterminam os bons corações da Terra.
A capacidade de guerra e maldade humana não surgiram neste século ou no passado. Sabemos todos, que essa é uma velha história. Onde, na maioria das vezes, os bons é que não têm final feliz (isso sim é contraditório). Entendo como bom todo aquele ser humano que não pensa somente em si e em seus interesses. Aquele que não esquece o outro sem ao menos conhecê-lo. Aquele que luta de alguma forma pelo fim das atrocidades humanas. Aquele que vê injustiça e desigualdade. Aquele que se atormenta quando vê. E como final feliz a continuação da vida, porque o outro lado não sei dizer se é bom.


Imagine o mundo todo só pra você, que coisa chata seria se eu o tivesse todo pra mim. O eterno e incansável sonho da paz na terra, e no coração das pessoas.

Bianca Garcia

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A novidade do bullying e a homofobia exagerada

       Fico me perguntando se as pessoas acreditam mesmo no que elas dizem ou se de tanto dizer acreditam. Me preocupo bastante com isso. Porque chega a ser banal como assuntos tão importantes são ridicularizados, ou, na inversão extrema, coisas sem valor nenhum são superdimensionadas.
       Os assuntos da moda são, portanto, bullying e homofobia. E, talvez, você assim como eu, não aguenta mais ouvir sobre. Todo dia, ou dia ou outro, os jornais estampam essas notícias. Mas o argumento que ninguém nunca sabe retrucar é: acham mesmo que bullying é novidade, que isso começou agora no formidável século XXI? E a homofobia, será que toda crítica a atitude homossexual será homofóbica?
       Padrões impostos pela sociedade sempre existiram. E comportamentos que julgam ideais também. Então, enquanto não ser magra ou muito magra já foi o padrão de beleza, hoje é o contrário. As pessoas estão a todo tempo em dietas, se não a procura. O que não faltam nas bancas de jornais são revistas que vendem fórmulas e formas de emagrecimento. Corpos esculturais e maquiados. Esses padrões quando desrespeitados provocam estranhamento e implicâncias. Daí surge, então, o bullying – um termo bonitinho e americanizado que nós brasileiros tomamos posse para nosso vocabulário, como fazemos muitas vezes. No entanto, isso sempre existiu. Ou você acha mesmo que ser muito magra, alta, usar óculos ou aparelhos na época da escola passava despercebido? Ou mesmo estar acima do próprio peso e ser tímida? Só que na minha época isso se chamava “pilha” e “zuações”, que deveriam ser encaradas e aceitas para que as brincadeiras não aumentassem. E aguentar, levar na brincadeira, não ficar triste nem levar desaforo para casa eram as regras do jogo.
       Já quanto a homofobia, a bandeira foi levantada. Estão todos juntos nessa causa. Mas vamos lá: cada um pode manifestar seus pensamentos sem que desrespeite o próximo, não é? Ou isso também não funciona pra gente? Contudo, a grande causa a ser fundamentada é o desrespeito ao outro por qualquer casal, seja ele heterossexual ou homossexual. Acredito que algumas pessoas não sabem pôr em prática esse pensamento e por isso são julgadas de homofóbicas. Talvez ela nem seja contra os casais do mesmo sexo, apenas não quer beijos quentes e cenas chocantes, que a deixe sem jeito. O que aconteceria também se o casal fosse hetero. Mas ao questionar isso somos claramente julgados como contra a união do mesmo sexo. Separar uma coisa da outra é muito complicado? Porque pelo que consta no Dicionário Priberam da Lingua Portuguesa, homofobia é a repulsa ou preconceito contra a homossexualidade ou os homossexuais. E no exemplo dado por mim é apenas uma opinião crítica e formada contra todo e qualquer casal. Seria, então, uma atitude homofóbica? 

       Bom, vale à pena pensar e repensar. Ouvir, respeitar.

Bianca Garcia

sexta-feira, 3 de junho de 2011


Rio de Janeiro, 03 de junho de 2011 
Alerj - Protesto dos bombeiros contra a má remuneração





 
A causa é justa. E eu apoio!

sábado, 21 de maio de 2011

O retrato de um transporte coletivo que muitos desconhecem

 
                                                Uma espera apreensiva - Central do Brasil

As cenas já se repetiram na tevê quanto à péssima qualidade do transporte coletivo, principalmente para a baixada fluminense e para a zona oeste da cidade do Rio – mas, claro, a zona oeste não inclui a Barra da Tijuca, aliás, se pudessem trocá-la de zona... É, infelizmente o jornalismo perdeu seu maior sentido: denunciar as mazelas sociais através da informação.
Nunca acreditei no disparate de que a violência adiantaria alguma coisa. Mas entendo a raiva, que sente uma massa, para se juntar e quebrar um trem, atear fogo e coisas do gênero as quais já tomamos conhecimento. Podem pensar, vocês leitores, que estou defendendo a atitude, no entanto, não defendo. Mas entendo. Imagine todos os dias as mesmas coisas? No caso do trem, superlotação, portas que não funcionam, calor, paradas repentinas ao léu. Já o ônibus, superlotação, calor - ou no caso de ônibus com ar, defeitos, brigas. Ah! Nessa opção não se pode esquecer, é claro, que tudo isso depende de uma coisa: o motorista parar quando você faz sinal.  Sim, ainda tem como você não conseguir pegar seu ônibus porque ele não para pra você.
Com tantas coisas para falar essa semana, escolhi a deficiência no transporte carioca. Mas em um espaço ínfimo ao que ela deveria ter, parabenizo a professora Amanda Gurgel, que em um desabafo claro e sucinto manifestou a indignação da classe dos professores. A dizer, tinha também o caso de cerca de 50 carros modelo Jetta comprados para os nossos digníssimos vereadores. E, ainda, a transformação do MEC em uma piada com sua ‘mais nova declaração’. Contudo, o espaço dado à professora foi preenchido com muita competência. Coisas que os políticos não fazem ao falar de transporte coletivo. E junto deles pessoas que não vivem essa realidade. A zona sul, por exemplo, é interligada e ônibus é o que não falta nessa parte da cidade, inclusive nas mais variadas horas.

Até quando vamos fechar os olhos para o problema? Ou deixá-los que fechem os olhos para nós?

"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros." Ernesto Guevara


Uma carioca apaixonada pela cidade, Bianca Garcia

sábado, 14 de maio de 2011

Apoio aos bombeiros do Rio



"e por falar nisso...
bem, é melhor não falar nisso

quem sabe não vou deixar puto
alguém com influência no governo?
com amigos na polícia?

eu é que não vou
cair nessa conversa
de que todos são iguais perante a lei"
Nicolas Behr


Protestos são feitos a fim de reivindicar uma situação. E, muito certamente, a vez agora é dos militares cariocas. Padronizadamente, a resposta do governo é sempre a mesma, respondem de aumentos salariais anteriores e futuros. A história é a mesma: dentro dos futuros quatro anos todos os problemas serão resolvidos, inclusive os aumentos. Nós, obviamente, não acreditamos nessa mentira exposta pelo governo. Afinal, é rotineiramente que eles vangloriam os míseros aumentos, e prometem melhoras dentro de seus mandados.
E para não deixar crescer um movimento que vinha, essa semana, sendo insistido pelos bombeiros e por outros membros de corporações militares no centro da cidade maravilhosa dos cartões postais, resolveram abafar com a prisão dos líderes do protesto. Ahn? Atitude ditadorial? Engraçado como a mídia não fala muito sobre. A página principal da globo.com não menciona. Para sabermos do desenrolar do protesto, das novidades e das consequências temos que procurar no Google. E nele podemos encontrar O DIA e o R7 retratando o assunto e algumas outras pequenas notícias espalhadas por aí, mas nada que preencha toda a primeira página de busca (claro que me refiro às notícias dos protestos que aconteceram nessa semana, porque a página fica cheia quando se trata de protestos anteriores – não é a primeira vez que insistem nesse pedido). Será que compraram a mídia? Percebemos todos, ou deveríamos perceber, que mídia e política andam juntas hoje, e pensá-las separadamente é quase uma atividade impossível. Mas seu verdadeiro papel era se isentar de qualquer lado. Está aí algo que quando acontecer estaremos verdadeiramente com uma imprensa livre e numa democracia formal.
O governo veio a criticar a atitude dos bombeiros dizendo que estavam colocando a vida da população em risco, pois eles abandonaram os postos nas praias. Com razão, eles não pedem mais que condições de trabalho e reconhecimento por ele. Deveríamos nos conscientizar da importância de bombeiros e policiais militares no cotidiano da nossa vida.  Já pensou um dia sem eles? Já pensou no caos que entraríamos? A desordem tomaria conta da vida social. Sabendo da importância de seus trabalhos por que, então, ocultam esse reconhecimento? E lá no século XVII já se pronunciava Thomas Hobbes quanto ao caos promovido pelo homem, que muito bem definiu, nas sociedades primitivas, “era o lobo do próprio homem”. Ainda é. E olha que dizem por aí sobre evolução. Pois bem, quem tenta controlar essa guerra do homem contra ele mesmo são os policiais e os bombeiros. 

A causa pela qual os militares lutam é justa. A atitude do governo que não é.


Bianca Garcia