quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Rio, a cidade codinome

É realmente esse Rio de Janeiro o palco da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016? Claro que não, existe outro e, eu, completamente alienada quem não sabia. Porque não seria possível um consenso de falta de inteligência entre tanta gente junta ou mesmo de ingenuidade, palavra esta que não é do conhecimento de gente do governo.
Os nossos digníssimos representantes, do país e também do estado carioca, não acreditariam que a cidade maravilhosa, a cidade das Unidades de Polícia Pacificadora e a cidade partida poderia nesses tempos receber os maiores  eventos esportivos do mundo. O Rio de Janeiro, o que eu conheço, não tem nenhum preparo para que os olhos do mundo estejam voltados pra ele. Não tem preparo físico, estrutural nem mesmo organizacional. É, deveriam ter pensado muito bem antes de ter comemorado a escolha do Brasil como sede olímpica, porque será um escândalo a destruição de toda a imagem construída ao longo dos anos. Um mês por aqui pode não tirar a máscara que impuseram na nossa cidade, mas será o bastante para perceberem que o Rio de Janeiro ultrapassa as curvas do Pão de Açúcar, as areias de Copacabana e o pôr do sol no Arpoador.
Parte dessa beleza enaltecida se perde quando se percebe as calçadas preenchidas por pessoas que são menosprezadas, simplesmente esquecidas e invisíveis sob os olhos do governo e da população fria e ignorante que nos tornamos. O Cristo Redentor deixa de ser bonito quando sob ele, há um assalto dentro de ônibus cujas pessoas foram feitas de reféns durante uma hora, algumas baleadas e gravemente feridas. As coisas pioram quando você percebe que essa é apenas mais uma cena se repetindo – pois ela aconteceu não só em 9 de agosto de 2011 como também em 12 de junho de 2000 e, ainda, reproduzida pela indústria cinematográfica brasileira (que, inclusive, “Ultima Parada 174” é imperdível).
É realmente nesse Rio que as coisas vão acontecer? É mesmo em uma cidade onde o medo é quem a domina? É em um estado onde falta segurança, infraestrutura e outras coisinhas mais?

Bianca Garcia

2 comentários:

  1. A resposta é sim e não. É nesse Rio, mas ninguém irá vê-lo. Será maquiado como em anos anteriores.
    Foi desse Rio que eu fugi, e é desse Rio que nada me orgulho.

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  2. Pois é, Sandro. Mas será que vai ter maquiagem o suficiente? As coisas estão ficando mais feias que nunca.
    Mas quem sabe não há um acordo entre governantes e traficantes? A única diferença entre eles é que um usa terno e o outro usa arma.
    Quem me garante que o aumento do número de assaltos não é um acúmulo de fortuna, por parte dos traficantes, para que fiquem sem mostrar as caras durante uns dias em 2014 e depois outros em 2016?

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