terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cariocas nascem bambas?

Enganaram-me dizendo que os cariocas eram bambas, dourados, modernos, diretos, atentos e craques. Nada! Em meio à esta produção sedutora carioca tem gente insegura e inquieta mostrando alguma felicidade. Tá, mas os cariocas até que têm sotaque neste cenário inspirador, palco de muita música e poesia, onde estão raras as rimas calorosas e os amores desmedidos.

Mas por onde estaria essa gente esperta e sexy? Bem, assim como acontece com os produtos de consumo que, como escravos, trocamos a todo instante, anda acontecendo com o amor. Trocamos nossas roupas dos armários, os carros, os aparelhos tecnológicos… Ora porque precisamos ora porque tornaram-se obsoletos diante a imensidão de ofertas e novidades. Assim, estão os relacionamentos. É como se ninguém mais fosse insubstituível, é como se qualquer pessoa pudesse suprir um sentimento, é como se não houvesse qualquer sentimento. E na mesma velocidade que se iniciam essas relações, elas se encerram… Andam por aí costurando relacionamentos.

Mais uma moda pegou e aqui pelo Rio de Janeiro alguém anda espalhando que as pessoas são descartáveis e, por isso, é proibido se apaixonar. Paixão é para os fracos, os fortes mesmo aprenderam a desamar… Coitada dessa gente, que desconhece os riscos que correm os apaixonados, nessa nova medrosa forma de amar!

E, então, os cariocas nascem bambas?

Bianca Garcia

5 comentários:

  1. Esses "cariocas" não existem mais, viraram ficção, utopia. Perderam-se em meio à futilidade e deseducação. Mas tudo bem, tem a praia.

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    1. Mas eles só não existem para a gente, né, Sandro? Não sou todos que vêem a futilidade e a desocupação. Para essa maioria, os cariocas são bambas, dourados, modernos, diretos, atentos e craques...

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  2. Oi,Bianca!

    Para mim, o que permeia o nosso imaginário é todo carioca é bamba.Afinal, a imagem passada é que em terras cariocas a gente encontra os amantes do ritmo, da alegria , do sol...tem algo que não se explica.Este é o olhar lúdico de quem está de fora.
    Além dos bambas, existem uma variedade de outros cariocas que foram atingidos pelos novos valores da nossa sociedade.Hoje, alguns acham que quem vive é aquele que corre riscos,ou seja, aquele que ama e desama / ata e desata e sai correndo para se aventurar na próxima relação...é vivenciar o momento. Isso é correr riscos? Não para mim, corre risco é aquele que se compromete : Taí,quero um relacionamento sério! Sim, aceito me casar! Vou ser sua mãe e agir como tal! Vou ficar neste emprego e dar o meu melhor!
    Concordo com você, coitado daquele que acha que corre riscos. Ah, por aqui tem um monte destes também.
    Abraços,
    Islayne

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  3. Bonito texto. Realidade carioca!
    Parabéns pelo blog.

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