Enganaram-me dizendo que os cariocas
eram bambas, dourados, modernos, diretos, atentos e craques. Nada! Em
meio à esta produção sedutora carioca tem gente insegura e inquieta
mostrando alguma felicidade. Tá, mas os cariocas até que têm sotaque
neste cenário inspirador, palco de muita música e poesia, onde estão
raras as rimas calorosas e os amores desmedidos.
Mas por onde estaria essa gente esperta e
sexy? Bem, assim como acontece com os produtos de consumo que, como
escravos, trocamos a todo instante, anda acontecendo com o amor.
Trocamos nossas roupas dos armários, os carros, os aparelhos
tecnológicos… Ora porque precisamos ora porque tornaram-se obsoletos
diante a imensidão de ofertas e novidades. Assim, estão os
relacionamentos. É como se ninguém mais fosse insubstituível, é como se
qualquer pessoa pudesse suprir um sentimento, é como se não houvesse
qualquer sentimento. E na mesma velocidade que se iniciam essas
relações, elas se encerram… Andam por aí costurando relacionamentos.
Mais uma moda pegou e aqui pelo Rio de
Janeiro alguém anda espalhando que as pessoas são descartáveis e, por
isso, é proibido se apaixonar. Paixão é para os fracos, os fortes mesmo
aprenderam a desamar… Coitada dessa gente, que desconhece os riscos que
correm os apaixonados, nessa nova medrosa forma de amar!
E, então, os cariocas nascem bambas?
Bianca Garcia