sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O amor acabou? Será que existiu?

Eu te via nos pensamentos mais distantes
Agora não te vejo nem de perto
Me parece que não conheço nem um pouco
Você mudou completamente

A gente anda se perdendo na vida
O labirinto está se fechando contra a gente
Cá estamos distantes um do outro
Nos perdendo inteiramente

No começo tinha beijos,
flores, bilhetes e fotografias
Agora não tem nem a gente
Aqui estamos nós onde mal a gente se entende

Aqui estamos nós sem qualquer parte da gente
Aqui estamos nós sem qualquer compreensão
Aqui estamos nós sem olharmos um ao outro
Aqui estamos nós sem olharmos para a gente


Bianca Garcia

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Enquanto a cidade dormia…

Enquanto a cidade dormia, os ônibus que descansavam deixavam os passageiros pelos pontos esperando. E enquanto esperavam, viam todo o movimento da cidade enquanto ela dormia. Dormia a cidade, mas não dormia todos os seus habitantes.

Como em um vai e vem em câmera lenta, as pessoas iam passando. Enquanto a cidade dormia, passava um casal sorridente, três baderneiros gritando, um rapaz solitário e uma menina correndo. Na cidade que dormia, dormia também um mendigo com frio, um bebê gritando e uma mãe com cinco filhos, ali, pelas calçadas sonolentas de uma cidade que espalhava colchões, lixos e pedaços de papelão. Nessa mesma madrugada atravessava também um mal educado com medo da noite pelo meio da rua e um rapaz de bicicleta, saindo da garagem de um prédio de luxo, quase atropelando dois funcionários de um fast food famoso que sorriam. Enquanto a cidade dormia, quem não sente sono estava pela rua. Mas nessa rua estavam também lojas fechadas, pouco barulho e nenhum trânsito – parecia até que não tínhamos nenhum caos urbano! Nessa cidade que dormia, as luzes dos prédios estavam pouca acesas como se refletissem o baixo movimento das escuras ruas.

Nessa madrugada fria da cidade sonolenta foram excluídos os que não gostam de se aventurar pela solidão da noite de uma cidade atormentada de dia…. Enquanto a cidade dormia… A madrugada fria esquentava o coração dos que solitários estavam na vida.

Bianca Garcia

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mente que mente

A gente mente.
Mente, sim, para acalmar o coração.
A gente mente.
Mas tem gente que mente para gente
e gente que só mente pra si.
Mente que mente mente para mentir.
Por mentir sem sentir,
mente que nem sente por mentir.
Mente, a gente mente sim.
A gente mente para gente,
mas tem gente que mente só para mente mentir.
Bianca Garcia

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cariocas nascem bambas?

Enganaram-me dizendo que os cariocas eram bambas, dourados, modernos, diretos, atentos e craques. Nada! Em meio à esta produção sedutora carioca tem gente insegura e inquieta mostrando alguma felicidade. Tá, mas os cariocas até que têm sotaque neste cenário inspirador, palco de muita música e poesia, onde estão raras as rimas calorosas e os amores desmedidos.

Mas por onde estaria essa gente esperta e sexy? Bem, assim como acontece com os produtos de consumo que, como escravos, trocamos a todo instante, anda acontecendo com o amor. Trocamos nossas roupas dos armários, os carros, os aparelhos tecnológicos… Ora porque precisamos ora porque tornaram-se obsoletos diante a imensidão de ofertas e novidades. Assim, estão os relacionamentos. É como se ninguém mais fosse insubstituível, é como se qualquer pessoa pudesse suprir um sentimento, é como se não houvesse qualquer sentimento. E na mesma velocidade que se iniciam essas relações, elas se encerram… Andam por aí costurando relacionamentos.

Mais uma moda pegou e aqui pelo Rio de Janeiro alguém anda espalhando que as pessoas são descartáveis e, por isso, é proibido se apaixonar. Paixão é para os fracos, os fortes mesmo aprenderam a desamar… Coitada dessa gente, que desconhece os riscos que correm os apaixonados, nessa nova medrosa forma de amar!

E, então, os cariocas nascem bambas?

Bianca Garcia