As reclamações me incomodam. Não as reclamações a mim e as coisas, mas as reclamações vazias. Me incomodam as reclamações de tudo por nada. Me incomodam as reclamações pelo simples prazer de reclamar.
Não sei bem, aliás, não sei nada do que passa nessas mentes inquietas com a vida e com a rotina. Mas penso que elas, muito provavelmente, tenham esquecido de aproveitar este tempo – que querendo ou não só temos certeza desse que está acontecendo.
Essas insatisfações infinitas me levam a crer que a felicidade (essa coisa subjetiva que muitos tentam exemplificar, mas que não passa da mesmice ou da constatação de sua efemeridade, assim como a vida) é uma missão impossível para essa gente. Pelo que observo cotidianamente mais passam tempo reclamando que usando de forma útil.
Reclamar via redes sociais é agora o mais novo campo no mercado de trabalho. Contudo, deixarei claro que me refiro às reclamações que giram, somente, em torno das pessoas que a fizeram. O que não acontece com o mundo.
Estão sempre insatisfeitas, mas não da forma humana de ser por sua natureza. É como se morressem a cada dia, como se viver fosse um martírio. Como se não sair do edredon quentinho de manhã fosse melhor que praticar o que escolheram. É como se a hora feliz do dia fosse a hora de ir pra casa, para as festas e nunca para o que supostamente seria um prazer contínuo por escolha própria.
Nós só encontraremos a felicidade (por um tempo maior) caso tenhamos prazer no que fazemos. Caso contrário morreremos mesmo, aos poucos, a cada dia, pelo simples fato de se levantar da cama para fazer o que nos destinamos.
Estranho isso. Mas tenho a sensação de que algumas pessoas esqueceram de viver.
Bianca Garcia